O conjunto arquitetônico e paisagístico de Lençóis foi tombado, pelo Iphan, em 1973. A cidade situa-se na região centro-oeste da Bahia, em um anfiteatro natural na encosta oriental da Serra do Sincorá. O conjunto é bastante rico e interessante, tendo conservado muito das suas características originais, além de estar situado em uma região de serras, na área do Parque Nacional da Chapada Diamantina, famosa por uma deslumbrante beleza natural. Na área de proteção do patrimônio estão 570 imóveis.
O patrimônio cultural de Lençóis retrata a época do auge econômico das vilas e cidades da chapada, no século XIX. Entre 1845 e 1871, foi a maior produtora mundial de diamantes e a terceira cidade mais importante da Bahia, tornando-se entreposto comercial de exportação de produtos minerais para a Europa e de importação de artigos de luxo, a ponto de ter se instalado na cidade um vice-consulado da França para facilitar o comércio com este país. Em uma época de acelerado desenvolvimento, surgiram os primeiros sobrados e as construções mais elaboradas da cidade.
Seu acervo arquitetônico é formado, basicamente, por casas e sobrados da segunda metade do século XIX, construídos com diferentes técnicas, entre as quais predomina a utilização do adobe ou pedra, e estruturas independentes de madeira com vedação em taipa de mão. Este casario se caracteriza pelas cores vivas de suas alvenarias e esquadrias. A arquitetura civil tem uma importância maior que a religiosa, e não existe apenas um monumento dominante no conjunto tombado.
Esse conjunto corresponde a toda a área urbana da cidade, em função da topografia e da ausência de planejamento na ocupação típica dos núcleos de mineração dos séculos XVIII e XIX. A povoação se formou a partir de dois núcleos: o Serrano e São Félix, locais onde se iniciaram, simultaneamente, a lavra diamantífera para, em seguida, se juntarem em uma única área urbana. O núcleo de Serrano situava-se em ponto elevado, à margem de uma corredeira do rio, deslocando-se à medida que o arraial se consolidava em direção à atual Praça Horácio de Matos, de topografia mais amena, de encontro ao outro núcleo, na margem oposta do rio.
O arruamento colonial surgiu a partir dos polos erguidos ao redor da Igreja de Nossa Senhora da Conceição e da ponte de ligação entre os núcleos instalados em ambos os lados do rio. A construção da ponte, em 1860, ocupou a mão de obra ociosa, vítima da grande seca que assolou o sertão, entre 1859 e 1862. A partir desta época se constroem os grandes sobrados, que compõem a antiga Praça do Mercado – atual Praça Horácio de Matos – onde há cinco residências tombadas. Um destes sobrados serviu como Casa do Conselho, mas foi demolido na década de 1940 para a construção da Agência dos Correios e Telégrafos.
Como todo assentamento de mineração, Lençóis se desenvolveu de forma desordenada: a tipologia urbana é composta por uma trama irregular de ruas que se adaptam aos acidentes do terreno, intercaladas por pequenas praças e largos. O piso de algumas ruas é constituído da própria rocha que aflora no local. As novas ruas – espontâneas ou da área de expansão aprovada pelo IPHAN – sobem e descem ladeiras, imitando a implantação das ruas coloniais, enquanto outras apresentam pavimentação de pedras irregulares que formam desenhos decorativos.
- Ponte Sobre o Rio Lençóis
- Mercado Cultural
- Santuário Nosso Senhor Bom Jesus dos Passos
- UEFS – Universidade de Feira de Santana – Campus Chapada Diamantina
- Praça Horário de Matto
- Av. Sete de Setembro
- Rua da Baderna
- Museu do Garimpeiro
- Prédio antiga Prefeitura
- Teatro de Arena
- Rua da Boa Vista
- Igreja do Rosário
- Casa Afrânio Peixo
- Rua das Pedras
Fonte: Iphan